As serelepices de Rauly

Tem uma pessoa na minha vida que é muito engraçada, e por isso hoje vou contar dois pequenos causos, mas fiquem atentos a esse nome, porque vai ser recorrente no blog.

Seu codinome secreto é Doutor Rauly.


Primeiro causo: o cheira bosta.

Doutor Rauly, antes de ser “doutor”, foi uma criança como todo mundo. Sua família é muito religiosa, e ele foi acostumado desde cedo a frequentar a igreja cerca de duas vezes por semana. No dia desse causo, um pequeno Rauly, no auge de seus dez anos, estava na igreja assistindo ao culto junto de seus pais. O problema é que o culto durava uma hora e meia, e já é bem difícil para uma criança ficar parada por tanto tempo, quanto mais para uma criança absurdamente serelepe como Rauly.

Criança serelepe sempre tem serelepices na manga, então quando o culto estava um pouco monótono, ele saía para dar uma voltinha. Aquela história de ir beber uma água, fazer um xixi, ou ficar olhando pro nada fingindo que estava fazendo alguma coisa no banheiro.

Justamente para coibir esse comportamento infiel, havia um porteiro. Era um homem responsável por vigiar as crianças serelepes. Quando elas iam ao banheiro, ele as seguia para verificar se elas de fato precisavam ir ao banheiro. Por exemplo, quando a criança entrava em uma cabine, ele ficava na porta esperando que ela saísse. Nada de olhar pro nada!

Nesse belo dia, o pequeno Rauly foi passear no banheiro. Porém, ele viu que o porteiro estava indo atrás dele. Para fingir que ele precisava desse momento de alívio, ele entrou correndo em uma cabine e ficou de pé olhando pro vaso, como se estivesse fazendo xixi. Um detalhe importante a destacar é que todas as crianças tinham medo do porteiro, porque ele dava beliscão.

O problema é que o porteiro entrou no banheiro e a cabine de Raulynho estava aberta: o menino olhando fixamente pro vaso… Pra disfarçar a serelepice, claro.

Quando o porteiro viu a cena, ele simplesmente falou:

– Sai daí cheira-bosta. Volta pro lado do seu pai.

O menino Rauly não havia percebido, mas estava encarando compenetradamente uma privada cheia de bosta. Desculpe o palavreado coloquial, mas não tem como dizer de outra forma.

O porteiro não deve ter entendido o porquê do menino ter escolhido uma cabine suja para usar e, principalmente, o porquê de ele estar olhando de forma tão interessada para aquele barro todo.

Infelizmente, depois desse dia, o porteiro só chamou nosso pequeno Rauly de cheira-bosta.


Segundo causo: o garçom preguiçoso.

No ano passado, já um Doutor adulto,  Rauly foi a uma pizzaria jantar, era segunda-feira. Lugar vazio, a comida iria chegar rapidinho.

Sentou, pegou o cardápio e escolheu. Mas nenhum garçom se dispôs a olhar em sua cara para ele dar aquela acenadinha malandra, aquela que indica que ele queria fazer o pedido. Os garçons estavam papeando no balcão, botando a prosa em dia mesmo. Mas o Dr. Rauly estava faminto! E agora?

No guardanapo tinha o número de telefone da pizzaria, então ele ligou:

Atendente: Alô…

Rauly: Alô, eu gostaria de fazer um pedido….

Atendente: Pois não?

Rauly: Eu estou na mesa 10 e gostaria de ser atendido.

Atendente: Mas aonde você está???

Rauly: Na mesa 10!!!

Atendente: Como assim?

Rauly: Olha pra cá!

Detalhe que ele tinha ouvido o telefone tocar e visto a moça atender. Quando ela olhou pra ele, ele finalmente pôde dar a acenadinha malandra!

A moça era a gerente da pizzaria e foi pessoalmente retirar seu pedido. Claro, ela se desculpou muito pelo atendimento.

O problema é que depois disso os garçons não paravam de aparecer na mesa para perguntar se ele precisava de alguma coisa… Já estava sendo desconfortável.

O final da história é feliz: ele comeu uma deliciosa porção de calabresa acebolada!


Fiquem atentos que o Dr. Rauly é muito espoleta e a qualquer momento pode aparecer novas histórias dele!

6 comentários sobre “As serelepices de Rauly

Deixar mensagem para gatobigorninha Cancelar resposta