Você já viu aquelas fotos em que o cachorro e o dono são parecidos? Eu adoro, acho muito divertido. Vamos ver uns exemplos:

essas ficaram ótimas, mas eram para uma propaganda, então não conta…

não tem como ser melhor do que essa

Ai, amiga, vamos fazer compras?

Eu ri demais dessa foto, parece muito
Tudo isso pra dizer que meu primo, o mesmo que criou o termo gato bigorninha, teve um cachorro que era o duplo dele. Bem… não fisicamente, mas os dois eram da pá virada.

ah não, segunda-feira de novo não
Quando criança, meu primo queria ser guarda florestal, isso era bem engraçado. Nada contra nenhum guarda florestal, claro, mas não é a primeira profissão da lista o que quero ser quando crescer das crianças. Ele também brincou de mecânico uma única vez, e arrebentou o farol do fusca do meu tio com um martelo de carne.
Uma das estripulias que ele fez que eu mais gostei foi na área tecnológica. Meu tio estava trabalhando muito, e acabava levando muitas tarefas para casa. Naquela noite, ele estava com um prazo apertadíssimo para entregar um relatório. Sentou no computador e o mouse não funcionava… Mexia, mexia… e a seta não respondia! Foi ver se estava bem conectado. Como isso foi nos anos 90, o computador era daqueles grandes, cheios de fios. Ele pegou o fio do mouse, na mesa, e foi seguindo… atrás da torre estaria um emaranhado. Mas não houve um atrás da torre: o fio se acabava no meio. Alguém tinha cortado o fio do mouse. Adivinhem quem foi! Meu tio ainda teve que negociar com meu primo, dizendo que não iria brigar com ele, que só precisava saber onde estava o resto do fio… Depois de muita insistência, meu primo contou onde estava e meu tio pode fazer uma emenda nas duas partes. Deu certo, e ele terminou o relatório a tempo. Meu primo não foi punido.
Bem, uma criança tão enérgica precisava de um cachorro correspondente. Nessa caso, foi a Nina.
Aquela família já tinha dois cachorros pequenos: a Barbie e a Susi. Eu não inventei os nomes, juro. Entretanto, meus tios queriam adotar um cachorro maiorzinho para deixar na casa que estavam construindo. Como haviam entrado na construção e roubado materiais, um cachorro pra fazer aquela segurança seria bom.
E pimba: a Nina apareceu em 2003. Ela era um cão andarilho que sempre passava pela rua, e as vizinhas sempre davam uma comidinha. Uma das vizinhas sugeriu à minha tia de adotar a Nina, e assim foi feito.
A Nina deveria ter entre 1 e 2 anos e eram bastantemente serelepe. Sempre fugia de casa, ficava um ou dois dias fora e voltava. Baladeira, né? Porém voltava imunda… Não podia ver um lixo no chão que já se esfregava. Uma vez, viu um sapo morto e foi correndo se esfregar nele, mas meu tio interviu. Que pena. Outra vez, ela se esfregou no coco de cavalo e voltou literalmente verde para casa. Inclusive, nessa ocasião, quem a levou para casa foi minha mãe.
Muita gente chegou a levar a Nina de volta para casa… Diversos amigos da família, o açougueiro e até a moça que dava banho nela. Detalhe: a moça deu banho na Nina antes de levar ela de volta para casa. Eu achei eficiente!
O que quero dizer é: a Nina era famosa. Não somente era famosa como era arroz de festa. O evento mais insólito ao qual ela compareceu foi um velório.
Uma senhora que morava na rua de baixo faleceu, vamos chama-la de Dona Maricota. Infelizmente, só descobriram o passamento dois dias depois: o corpo já tinha iniciado os procedimentos defutórios. Notícia correu, velaram e enterraram a Dona Maricota. No dia seguinte ao velório, minha tia recebe um telefonema de uma amiga:
– vocês não foram ao velório, mas foram muito bem representados!
– como assim?
– a Nina estava lá!
Sim, a Nina estava fugida e apareceu no velório. Não somente apareceu, como encontrou outro cachorro lá, e eles quase viveram um romance. Foram apartados por um amigo da família, afinal, temos que respeitar os mortos!
Depois, minha tia – que foi quem me contou essa história – encontrou seus pais, e soube que eles haviam tido o seguinte diálogo mais cedo:
(Pai, ao voltar do velório, conta para a Mãe que a Nina estava lá)
Mãe: e ela estava fedendo??
Pai: não sei, o caixão estava lacrado…
É pecado, mas eu ri muito dessa confusãozinha.

muito difícil achar vaga em dia de evento
Infelizmente, a nina morreu em 2016, deixando muitas saudades em todos que um dia a conheceram ou ouviram suas histórias.
Eu não tinha lido essa história ainda!!!!! Eu to rolando de rir com o Guilherme!!!!
Obrigada por escrever tão bem as histórias da Nina!! Saudades desse cão malífico💜💜💜💜
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Que bom que vocês gostaram!! Ela era da pá virada mesmo!
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