Ditados populares costumam ser muito usados por um único motivo: eles falam a verdade de uma forma divertida. Se é rimado, melhor ainda! Quem nunca usou um ditado para encerrar uma conversa? “Pois é né, é como se diz, _____”, aqui você pode completar com seu ditado preferido: cão que ladra não morde…; para bom entendedor, meia palavra basta…; o que não tem remédio, remediado está…
Hoje eu estava pensando justamente sobre o ditado de médico e louco, todo mundo tem um pouco. Vou ignorar a parte de médico, porque não convém para o caso que vou contar… Sobre de louco, isso é absolutamente subjetivo. O que pode ser considerado loucura para um, pode ser algo normalíssimo para outro. Inclusive, é justamente isso que faz de qualquer viagem uma verdadeira aventura. É sempre importante saber se a loucura do outro não é, de fato, uma tradição cultural ou religiosa. Ou quem sabe, uma superstição? Às vezes é maluquice mesmo.
Isso me lembra do Arnaldo. Se ele ainda não se aposentou, ele é um dos porteiros do prédio da minha avó. Ele está na faixa dos cinquenta anos, tem olhos claros e cabelos já mais acinzentados. E ele adora conversar. Quando você passa por ele, parece que ele já iniciou a conversa em sua cabeça, e a continua com você, tranquilamente… Por exemplo:
Meu padrasto, de São Vicente – SP, estava passando pela portaria
Arnaldo: Você é argentino não é????
Padrasto: não…
Arnaldo: Ah mas tem sotaque!!!
Além disso, ele simplesmente amou a novela A regra do jogo, que foi transmitida entre 2015 e 2016. Na novela, havia um cumprimento especial entre os membros da facção criminosa: “vitória na guerra“. Ninguém se afeiçoou mais a essa frase que Arnaldo, que até hoje nos cumprimenta dessa forma. Eu poderia descrever seguramente outros cinco momentos icônicos do Arnaldo, mas vou me restringir ao melhor deles.

“vitória na guerra, irmão”
Aconteceu com minha irmã, e envolve uma escada. Na rua, se há uma escada, eu evito passar por entre ela. Não por superstição, mas por precaução: vai que cai alguma coisa na minha cabeça? Porém, Arnaldo é supersticioso… Se pode dar azar, é melhor prevenir do que remediar!
A minha linda irmã estava morando nesse apartamento, que fica no primeiro andar. E eu realmente não sei como foi possível, mas ela esqueceu a chave dentro de casa e saiu. Quando ela voltou, claro, estava trancada para fora. O que faria? Chaveiro sempre é uma dor de cabeça… É bagunça, barulho, balbúrdia… Arnaldo teve a solução! Ele entraria pela janela da sala e abriria a porta para ela, por dentro.
Sem problemas, colocou uma escada grande no jardim de entrada do prédio, apoiou na janela, e subiu. Por sorte, a janela é grande o suficiente para essa peripécia. Quando ele abriu a porta, minha irmã entrou e agradeceu muito. Qual não foi a sua surpresa ao perceber que Arnaldo estava voltando para a sua escada na janela… Ela sugeriu que ele descesse pela escada do prédio, ou de elevador até, não fazia sentido ele descer pela janela! Impossível, Arnaldo não correria o risco de ter azar dali pra frente: se subiu por uma escada, tem que descer pela mesma escada.

foi assim, mas diferente
A gente sabe que o Arnaldo não é uma figura muito convencional, resta saber se é por excesso de superstição ou por aquela loucurinha que todo mundo tem um pouco…
Hahahahaha amei ami! Chorei de rir. Os porteiros sempre têm uma história engraçada, né? Já te contei a história do ÁLBUM do Mauro? Hahahah
Bjos
Brubi
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CONTOU! Essa história também é boa, mas ele agiu assim por uma causa maior né? Hahaha
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